A XAJI – Rede Ativa de Jovens pela Igualdade é um projeto de prevenção de violência de género que se desenvolve através da aprendizagem cooperativa entre pares e da participação ativa dos/as jovens. O projeto visa desenvolver competências críticas de raparigas e rapazes entre os 12 e 17 anos, para que possam detetar e reverter relacionamentos abusivos no seu próprio ambiente escolar a partir de uma posição crítica e comprometida contra a violência sexista e em favor da equidade e da coexistência.
Objectivo (s)
destinárias/os
Em 2012, a Plataforma Unitária contra a Violência de Género (PUCVG) criou este projeto de prevenção à violência de género, baseado na educação entre pares e da aprendizagem cooperativa com o objetivo de acompanhar os/as jovens, para que promovam a igualdade de género, detetem relações abusivas no seu próprio ambiente escolar e, por fim, se tornarem referências e agentes ativos/as entre a comunidade estudante. É um processo formativo que, em Portugal, começa no 8.º ano e termina no 11.º ano.
>Em Portugal, foi implementado pela primeira vez em 2022 pela Associação Plano i com o apoio do Gabinete da Juventude de Vila Nova de Gaia. Trabalhou, no primeiro ano letivo, com jovens do 8ª e 10º ano, compreendendo idades entre os 12 e os 17 anos. Cada escola incluiu o projeto de forma distinta: através da cedência de tempo letivos, cedência de aulas de cidadania e utilização dos tempos livres das/os jovens.
Além de trabalhar em rede com todos/as os/as jovens XAJI, o projeto incentiva a cooperação entre todas as escolas, serviços e recursos do território de Vila Nova de Gaia.
O objetivo da XAJI é contribuir para a deteção de relações abusivas dentro das escolas e facilitar o processo de mudança em relação aos valores, atitudes e modelos relacionais igualitários entre os/as alunos/as.
Eixos principais:É uma ferramenta de transformação social. A pedagogia feminista, a educação afetiva ou sexual e a incorporação da perspetiva de género são necessárias em qualquer fase educativa para prevenir relações abusivas e desigualdades.
A violência de género e as desigualdades são entendidas como um comportamento aprendido e, por isso, modificável. A socialização livre de estereótipos sexistas e de papéis de género das/os jovens, bem como a reeducação de pessoas adultas em temas de igualdade, são formas que podem ajudar-nos a evitar cair na dinâmica discriminatória.
Garante o desenvolvimento e o sucesso do projeto e, por isso, é proposto ao longo das várias fases como um trabalho a nível local, onde se articulam as iniciativas das/os jovens, do corpo docente e das entidades que dele fazem parte e, à escala global, onde se geram iniciativas entre escolas e campanhas de sensibilização dirigidas aos/ás cidadãos/ãs.
O trabalho nestes eixos contribuí para…
- O empoderamento de rapazes e raparigas.
- Jovens comprometidos com a igualdade, com ferramentas para detetar a violência machista ao seu redor.
- Gerar relações justas e equitativas no âmbito de uma cultura de paz e não-violência.
- Centros educativos que criam mecanismos para lidar com casos de relacionamento entre pares.
- Desenvolvimento de iniciativas de sensibilização e de natureza transformadora.
- Um grupo de 20-25 jovens a partir do 8.º ano até ao 11.º ano.
- São o centro do programa e das ações que dele derivam.
- Participam ativa e voluntariamente e pouco a pouco são agentes de mudança e transformação nos respetivos centro educativos.
- Corpo docente. O envolvimento e o conhecimento dos membros do corpo docente do centro são fundamentais para garantir o sucesso deste projeto.
- Pessoa de referência da escola. Uma pessoa dentro da escola que garante o desenvolvimento do projeto, que acompanha as/os jovens XAJI e que atua como uma ponte com o resto do corpo docente, se necessário.
- Pessoa de referência externa XAJI. Acompanhamento mensal pela coordenação. Este acompanhamento contribuirá para consolidar o grupo XAJI bem como o vínculo e a pertença por parte dos seus membros.
O programa é implementado em 2 fases, combinadas e com ações transversais.
Ao longo do processo, é feito um acompanhamento personalizado de cada grupo XAJI, que tem como referência uma pessoa coordenadora que acompanha todo o projeto. É uma figura que faz de elo entre a pessoa de referência da escola, os grupos de jovens, a PUCVG e as entidades parceiras.
As sessões de acompanhamento têm por objetivo:- Identificar as necessidades do grupo.
- Ser um espaço seguro para o grupo de jovens.
- Criar sinergias entre as diversas pessoas
- Planear e programar cada ano letivo.
- Organizar sessões e reuniões.
- Garantir um espaço seguro em cada sessão para que os/as jovens possam expressar as suas preocupações, dúvidas, experiências, etc.
- Levar a cabo ações de sensibilização no âmbito educativo ou a nível municipal e/ou distrital.
- Avaliar qualitativamente o impacto do processo vivido ao longo do ano letivo.
Corresponde à realização de formações de conteúdo específico facultadas pela Associação Plano i, uma entidade especializada na prevenção da violência de género. A formação é fundamental no processo de empoderamento das/os jovens para a aquisição de aprendizagens que gerem ações e atitudes a fim de se tornarem agentes de igualdade.
As formações são distribuídas ao longo dos 2 anos do projeto. Os grupos XAJI recebem formação em 5 áreas distintas, totalizando 17 sessões de 2 horas cada, dependendo do grupo, da escola e do compromisso que for decidido.